O Que Significam as Ofertas Pacíficas na Bíblia?
As ofertas pacíficas também são chamas de “ofertas da comunhão”, “
ofertas da aliança”, “ofertas de paz” e “
sacrifícios pacíficos”. Os israelitas foram instruídos a apresentarem ofertas pacíficas ao Senhor. Entre os capítulos 3 e 7 do livro de Levítico estão registradas todas as regulamentações desse tipo de sacrifício.
Os intérpretes discutem se o termo hebraico usado para se referir à oferta pacifica está mais ligado à palavra shalom, “paz”, ou shilem, “compensar”. No primeiro caso o sentido principal é “estabelecer a paz”. Já no segundo caso o sentido principal é “
recompensar”, enfatizando o caráter de uma “oferta de voto”.
Seja como for, tem sido aceito que havia três classes de ofertas dentro da oferta pacífica propriamente dita. São elas: ofertas de votos; ofertas de ação de graças; e ofertas voluntárias. Então em seus aspectos, essas classes se harmonizam de alguma forma as duas sugestões citadas acima.
O que eram as ofertas pacíficas?As ofertas pacíficas consistiam num sacrifício oferecido por alguém que celebrava uma benção recebida ou buscava a benção de Deus. As ofertas pacíficas podiam ser oferecidas com a finalidade de enfatizar uma oração solene de suplica e oficializar um voto, ou como forma de gratidão pela oração que foi atendida, ou mesmo como simples gratidão sem estar ligada a um voto específico (cf. Levítico 7). Portanto, as ofertas pacíficas serviam para enfatizar pedidos e suplicas ao Senhor, como para expressar gratidão por pelas bênçãos concedidas.
Conforme já foi dito, os textos bíblicos apontam três classes de ofertas dentro da oferta pacífica. Em comum, todas elas basicamente eram ofertas de ação de graças. Isso significa que nesse sentido geral as ofertas pacíficas eram opcionais.
Mas quando a oferta pacífica estava relacionada a um voto, ela deixava de ser opcional, pois estava diretamente ligada a uma promessa anterior. Assim, o israelita que havia feito o voto deveria necessariamente cumpri-lo. Mas o Antigo Testamento também enfatiza que o adorador deveria saber exatamente qual era o verdadeiro significado de todo aquele sistema sacrifical. Deus não se satisfazia com a carne dos sacrifícios, mas o que Ele realmente atentava era uma dedicação sincera e ações de graças genuínas (Salmo 53:14,23).
Como as ofertas pacíficas eram apresentadas?Nas ofertas pacíficas eram oferecidos qualquer animal do rebanho sem defeito acompanhado de pães e bolos (Levítico 3:1; 7:11-14). A oferta pacífica também era um sacrifício singular, pois o adorador que a ofertava também podia comer dela juntamente com seus familiares. Isso acontecia porque somente parte da oferta era queimada sobre o altar ou dada aos sacerdotes. As partes separadas para os sacerdotes eram a coxa e o peito do animal.
Mas existia também uma regulamentação acerca da refeição sacrifical resultante da oferta pacífica. Quando a oferta pacífica era uma oferta de ação de graças, então a refeição deveria ser comida no mesmo dia. Quando a oferta pacífica era uma oferta de voto ou uma oferta voluntária, a refeição podia ser comida no mesmo dia ou no dia seguinte, mas nunca no terceiro dia (Levítico 7:15-21).
Há uma curiosidade interessante acerca das ofertas pacíficas no período da peregrinação dos israelitas no deserto do Sinai. Por causa de todas as limitações e dificuldades presentes naquele contexto, nem sempre eles conseguiam comer carne. Então o
livro de Levítico traz um preceito de que todo animal morto para servir como refeição, antes, deveria ser oferecido em sacrifício (cf. Levítico 17:3). Isso significa que pelo menos durante aquele período, toda refeição que envolvia carne era precedida por um tipo de oferta pacífica.
Sacrifícios de louvor ao Deus de pazO escritor de Hebreus diz que o cristão deve sempre oferecer a Deus sacrifício de louvor (Hebreus 13:15). Na tradução grega do capítulo 7 do livro de Levítico, essa mesma expressão refere-se a um tipo de oferta pacífica. No contexto do Antigo Testamento, obviamente essa oferta era o sacrifício de um animal.
Mas quando
Cristo veio, Ele colocou fim à lei cerimonial. Todos os sacrifícios, rituais e elementos que pertenciam ao culto na Antiga Aliança serviram para apontar para
Jesus Cristo e sua obra redentora.
Assim, o tempo dos sacrifícios de animais já cessou. Hoje os cristãos têm comunhão com Deus através da obra de Cristo. Eles se alimentam espiritualmente de sua carne e do sangue e encontram a vida eterna (João 6:54-58).
Consciente disso, o escritor de Hebreus em sua epístola mostra superioridade da Nova Aliança em relação à Antiga Aliança. Mas ele observa que, à semelhança dos adoradores da antiga dispensação, hoje os servos de Deus também devem trazer ofertas ao Senhor.
Essas “
ofertas pacíficas espirituais” incluem louvor a Deus e ações que refletem a verdade de que, cada vez mais, os crentes são moldados à imagem de Cristo (cf. 1 Pedro 2:5; Hebreus 13:13-16).