Diferenças entre Amilenismo, Pré-Milenismo, Pós-Milenismo e Dispensacionalismo
Amilenismo, Pré-Milenismo, Pós-Milenismo e Dispensacionalismo, são termos que confundem muita gente, ainda mais sabendo que a escatologia está longe de ser algo de fácil compreensão, principalmente por tratar de assuntos que estão relacionados ao futuro.
De forma geral, podemos considerar que essas quatro escolas escatológicas dividem opiniões entre os cristãos evangélicos, embora que, mesmo dentro de cada escola, não é raro encontrar quem discorde um do outro. Um fator que complica ainda mais é a presença de estudiosos e líderes teológicos que se posicionam de “
lados” diferentes.
O que podemos afirmar com certeza é que, todo mundo, de uma forma ou de outra, se encaixa dentro de uma dessas quatro visões, até mesmo aqueles que nem sabem que essa divisão existe.
Para facilitar o entendimento de quem tem alguma dúvida, vejamos abaixo as principais diferenças entre Amilenismo, Pré-Milenismo, Pós-Milenismo e Dispensacionalismo nos pontos fundamentais da escatologia bíblica.
Segunda Vinda de Cristo:
- Amilenismo: A segunda vinda de Cristo é um evento único e visível a todos, ou seja, não existe o conceito de arrebatamento secreto. No Amilenismo a Segunda Vinda de Cristo em glória e o arrebatamento é uma coisa só
- Pré-Milenismo Histórico: A Segunda Vinda de Cristo e o arrebatamento são o mesmo evento, tal como no Amilenismo.
- Pós-Milenismo: Igual às visões anteriores, Cristo volta de forma visível e em glória em um único evento.
- Dispensacionalismo Clássico: A segunda vinda de Cristo será dividida em duas fases, sendo a primeira para arrebatar secretamente a igreja, e a segunda de forma visível e em glória após os sete anos de grande tribulação.
Ressurreição dos Mortos:
Amilenismo: Ressurreição geral de salvos e ímpios na segunda vinda de Cristo. Os salvos para reinarem com Deus e os ímpios para condenação eterna.
Pós-Milenismo: Da mesma forma como no Amilenismo, salvos e ímpios ressuscitaram de forma geral na Segunda Vinda de Cristo.
Pré-Milenismo Histórico: Apenas os salvos ressuscitarão na segunda vinda de Cristo para reinarem com Ele no Milênio, enquanto os ímpios só ressuscitarão no final do milênio para a condenação eterna.
Dispensacionalismo Clássico: O Dispensacionalismo exige três ressurreições:
A primeira dos salvos no arrebatamento da igreja;
A segunda dos judeus após os sete anos de grande tribulação (alguns também defendem que os salvos do período da grande tribulação também ressuscitarão nesse momento, enquanto outros acreditam que somente após o milênio eles ressuscitarão);
A terceira dos ímpios após o milênio.
O Anticristo:Amilenismo: Muitos anticristos se levantaram ao longo da história, porém haverá um último indivíduo que será o Anticristo escatológico que surgirá no período de grande tribulação, e regerá um sistema mundial que será contra a Igreja de Cristo. Alguns acreditam apenas em um “sistema anticristo” (governo) e não necessariamente em um indivíduo específico.
Pré-Milenismo Histórico: Um indivíduo específico que será o inimigo da Igreja no período de grande tribulação.
Pós-Milenismo: O anticristo é qualquer pessoa que persegue e se opõem ao crescimento do domínio da Igreja na terra.
Dispensacionalismo Clássico: Um indivíduo que surgirá no período da grande tribulação, que aterrorizará o mundo e perseguirá aos que não negarem o nome de Jesus, porém ele não fará nada contra a Igreja que já foi arrebatada.
A Grande Tribulação:
Amilenismo: Somente após o período de grande tribulação é que ocorrerá a segunda vinda de Cristo, ou seja, a Igreja passará pela grande tribulação.
Pré-Milenismo Histórico: A Igreja passará pela grande tribulação.
Pós-Milenismo: A tribulação é experimentada na presente era. Existem Pós-Milenistas que acreditam em um período final de grande apostasia e tribulação antecedendo a volta de Cristo, e existem outros que defendem que quando Cristo voltar o mundo estará em plena paz e prosperidade. Isso acontece devido a visão sobre o milênio que essa corrente escatológica defende.
Dispensacionalismo Clássico: A Igreja será arrebatada antes da grande tribulação, ou seja, não passará por ela.
O Julgamento:Amilenismo: Julgamento geral (juízo final) de todas as pessoas na segunda vinda de Cristo.
Pré-Milenismo Histórico: Julgamento na segunda vinda de Cristo e também após o milênio.
Pós-Milenismo: Julgamento geral de todas as pessoas na segunda vinda de Cristo.
Dispensacionalismo Clássico: Três julgamentos sendo eles:
Julgamento das obras dos salvos no arrebatamento;
Julgamento de judeus e de alguns gentios no final da grande tribulação;
Julgamento geral dos ímpios após o milênio.
Igreja e Israel:
- Amilenismo: A Igreja é o verdadeiro Israel de Deus, e Deus tem apenas um só povo.
- Pré-Milenismo Histórico: A Igreja é o Israel Espiritual, ou seja, o novo Israel no Novo Testamento, porém Deus tratará com Israel separadamente concernente algumas promessas no milênio.
- Pós-Milenismo: A Igreja é o novo Israel.
- Dispensacionalismo Clássico: Para Deus, Israel e Igreja são povos completamente diferentes. A Igreja é um “parêntese” no plano Deus para Israel que foi suspenso, mas será retomado após o arrebatamento secreto da Igreja.
Milênio:Amilenismo: O milênio não é um período literal de mil anos. No Amilenismo o milênio é espiritual onde os salvo reinam com Cristo no céu e sobre a terra, e começou na primeira vinda de Cristo.
Pré-Milenismo Histórico: É reconhecido o Reino de Cristo na presente era com a Igreja, porém haverá também um reino milenar e literal no futuro após a segunda vinda de Cristo, com Jesus reinando sobre as nações do mundo (talvez não necessariamente o período seja de mil anos).
Pós-Milenismo: Conforme o Evangelho for sendo pregado será iniciado o milênio, onde o mundo inteiro será evangelizado e a maioria das pessoas serão convertidas. A cristianismo será o padrão e não a exceção, ou seja, a plantação será de trigo e não de joio (a referência a Parábola de Jesus é usada para defender esse conceito).
Dispensacionalismo Clássico: Milênio futuro e literal após a segunda fase da segunda vinda de Cristo.
Existe também uma variação do Dispensacionalismo conhecida como Dispensacionalismo Progressivo, e ganhou força principalmente nos últimos 20 anos. Essa visão é bem diferente do Dispensacionalismo Clássico e defende a Segunda Vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional e o fato de Deus ter apenas um povo, ou seja, rejeita a completa distinção entre Israel e a Igreja feita pelo Dispensacionalismo Clássico.